Quem sou eu

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Eu sou uma pessoa alegre, de bem com a vida, gosto de viajar, de ler. Sou católica praticante, participo das celebrações na Igreja São Francisco de Assis e Santa Clara, que fica na Rua Cardoso s/nº na Cecap II/Parque das Brisas. Faço estudos bíblicos e de Teologia, sempre sou um ombro amigo para quem precisar. Também sei escutar e calar nas horas necessárias. Sou muito bem resolvida, casada com o Toninho que é uma pessoa incrível, compreensiva e que eu amo muito. Tenho dois filhos e nora maravilhosos, que eu amo muito e uma neta que é um tesouro. Tenho muitos amigos e gosto de tudo que faço. Sou muito feliz!

sábado, 19 de março de 2011

Campanha da Fraternidade 2011

 

Campanha da Fraternidade 2011 (Letra da Música)

Tema: Fraternidade e a vida no planetaLema: A criação geme em dores de parto (Rm 8,22)

1. Olha, meu povo, este planeta terra:
Das criaturas todas, a mais linda!
Eu a plasmei com todo amor materno,
Pra ser um berço de aconchego e vida. (Gn 1)
Nossa mãe terra, Senhor,
Geme de dor noite e dia.
Será de parto essa dor?
Ou simplesmente agonia?!
Vai depender só de nós!
Vai depender só de nós!
2. A terra é mãe, é criatura viva;
Também respira, se alimenta e sofre.
É de respeito que ela mais precisa!
Sem teu cuidado ela agoniza e morre.
3. Vê, nesta terra, os teus irmãos. São tantos…
Que a fome mata e a miséria humilha.
Eu sonho ver um mundo mais humano,
Sem tanto lucro e muito mais partilha!
4. Olha as florestas: pulmão verde e forte!
Sente esse ar que te entreguei tão puro…
Agora, gases disseminam morte;
O aquecimento queima o teu futuro.
5. Contempla os rios que agonizam tristes.
Não te incomoda poluir assim?!
Vê: tanta espécie já não mais existe!
Por mais cuidado implora esse jardim!
6. A humanidade anseia nova terra. (2Pd 3,13)
De dores geme toda a criação. (Rm 8,22)
Transforma em Páscoa as dores dessa espera,
Quero essa terra em plena gestação!

HINO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2011

Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma

“Sepultados com Ele no batismo, foi também com Ele que ressuscitastes” (cf. Cl 2, 12).Amados irmãos e irmãs!
A Quaresma, que nos conduz à celebração da Santa Páscoa, é para a Igreja um tempo litúrgico muito precioso e importante, em vista do qual me sinto feliz por dirigir uma palavra específica para que seja vivido com o devido empenho. Enquanto olha para o encontro definitivo com o seu Esposo na Páscoa eterna, a Comunidade eclesial, assídua na oração e na caridade laboriosa, intensifica o seu caminho de purificação no espírito, para haurir com mais abundância do Mistério da redenção a vida nova em Cristo Senhor (cf. Prefácio I de Quaresma).
1. Esta mesma vida já nos foi transmitida no dia do nosso Batismo, quando, “tendo-nos tornado partícipes da morte e ressurreição de Cristo” iniciou para nós “a aventura jubilosa e exaltante do discípulo” (Homilia na Festa do Batismo do Senhor, 10 de Janeiro de 2010).
São Paulo, nas suas Cartas, insiste repetidas vezes sobre a singular comunhão com o Filho de Deus realizada neste lavacro. O fato que na maioria dos casos o Batismo se recebe quando somos crianças põe em evidência que se trata de um dom de Deus: ninguém merece a vida eterna com as próprias forças. A misericórdia de Deus, que lava do pecado e permite viver na própria existência «os mesmos sentimentos de Jesus Cristo», é comunicada gratuitamente ao homem.
O Apóstolo dos gentios, na Carta aos Filipenses, expressa o sentido da transformação que se realiza com a participação na morte e ressurreição de Cristo, indicando a meta: que assim eu possa “conhecê-Lo, a Ele, à força da sua Ressurreição e à comunhão nos Seus sofrimentos, configurando-me à Sua morte, para ver se posso chegar à ressurreição dos mortos” (Fl 3, 10- 11). O Batismo, portanto, não é um rito do passado, mas o encontro com Cristo que informa toda a existência do batizado, doa-lhe a vida divina e chama-o a uma conversão sincera, iniciada e apoiada pela Graça, que o leve a alcançar a estatura adulta de Cristo.
Um vínculo particular liga o Batismo com a Quaresma como momento favorável para experimentar a Graça que salva. Os Padres do Concílio Vaticano II convidaram todos os Pastores da Igreja a utilizar «mais abundantemente os elementos batismais próprios da liturgia quaresmal» (Const. Sacrosanctum Concilium, 109). De fato, desde sempre a Igreja associa a Vigília Pascal à celebração do Batismo: neste Sacramento realiza-se aquele grande mistério pelo qual o homem morre para o pecado, é tornado partícipe da vida nova em Cristo Ressuscitado e recebe o mesmo Espírito de Deus que ressuscitou Jesus dos mortos (cf. Rm 8,).
Este dom gratuito deve ser reavivado sempre em cada um de nós e a Quaresma oferece-nos um percurso análogo ao catecumenato, que para os cristãos da Igreja antiga, assim como também para os catecúmenos de hoje, é uma escola insubstituível de fé e de vida cristã: deveras eles vivem o Batismo como um ato decisivo para toda a sua existência.
2. Para empreender seriamente o caminho rumo à Páscoa e nos prepararmos para celebrar a Ressurreição do Senhor – a festa mais jubilosa e solene de todo o Ano litúrgico – o que pode haver de mais adequado do que deixar-nos conduzir pela Palavra de Deus? Por isso a Igreja, nos textos evangélicos dos domingos de Quaresma, guia-nos para um encontro particularmente intenso com o Senhor, fazendo-nos repercorrer as etapas do caminho da iniciação cristã: para os catecúmenos, na perspectiva de receber o Sacramento do renascimento, para quem é batizado, em vista de novos e decisivos passos no seguimento de Cristo e na doação total a Ele.
O primeiro domingo do itinerário quaresmal evidencia a nossa condição dos homens nesta terra. O combate vitorioso contra as tentações, que dá início à missão de Jesus, é um convite a tomar consciência da própria fragilidade para acolher a Graça que liberta do pecado e infunde nova força em Cristo, caminho, verdade e vida (cf. Ordo Initiationis Christianae Adultorum, n. 25). É uma clara chamada a recordar como a fé cristã implica, a exemplo de Jesus e em união com Ele, uma luta «contra os dominadores deste mundo tenebroso» (Hb 6, 12), no qual o diabo é ativo e não se cansa, nem sequer hoje, de tentar o homem que deseja aproximar-se do Senhor: Cristo disso sai vitorioso, para abrir também o nosso coração à esperança e guiar-nos na vitória às seduções do mal.
O Evangelho da Transfiguração do Senhor põe diante dos nossos olhos a glória de Cristo, que antecipa a ressurreição e que anuncia a divinização do homem. A comunidade cristã toma consciência de ser conduzida, como os apóstolos Pedro, Tiago e João, «em particular, a um alto monte» (Mt 17, 1), para acolher de novo em Cristo, como filhos no Filho, o dom da Graça de Deus: «Este é o Meu Filho muito amado: n’Ele pus todo o Meu enlevo. Escutai-O» (v. 5).
É o convite a distanciar-se dos boatos da vida quotidiana para se imergir na presença de Deus: Ele quer transmitir-nos, todos os dias, uma Palavra que penetra nas profundezas do nosso espírito, onde discerne o bem e o mal (cf. Hb 4, 12) e reforça a vontade de seguir o Senhor. O pedido de Jesus à Samaritana: “Dá-Me de beber” (Jo 4, 7), que é proposto na liturgia do terceiro domingo, exprime a paixão de Deus por todos os homens e quer suscitar no nosso coração o desejo do dom da “água a jorrar para a vida eterna” (v. 14): é o dom do espírito Santo, que faz dos cristãos “verdadeiros adoradores” capazes de rezar ao Pai “em espírito e verdade” (v. 23). Só esta água pode extinguir a nossa sede do bem, da verdade e da beleza! Só esta água, que nos foi doada pelo Filho, irriga os desertos da alma inquieta e insatisfeita, “enquanto não repousar em Deus”, segundo as célebres palavras de Santo Agostinho.
O domingo do cego de nascença apresenta Cristo como luz do mundo. O Evangelho interpela cada um de nós: ”Tu crês no Filho do Homem?”. “Creio, Senhor” (Jo 9, 35.38), afirma com alegria o cego de nascença, fazendo-se voz de todos os crentes. O milagre da cura é o sinal que Cristo, juntamente com a vista, quer abrir o nosso olhar interior, para que a nossa fé se torne cada vez mais profunda e possamos reconhecer n’Ele o nosso único Salvador. Ele ilumina todas as obscuridades da vida e leva o homem a viver como “filho da luz”.
Quando, no quinto domingo, nos é proclamada a ressurreição de Lázaro, somos postos diante do último mistério da nossa existência: “Eu sou a ressurreição e a vida… Crês tu isto?” (Jo 11, 25-26). Para a comunidade cristã é o momento de depor com sinceridade, juntamente com Marta, toda a esperança em Jesus de Nazaré: “Sim, Senhor, creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo» (v. 27).
A comunhão com Cristo nesta vida prepara-nos para superar o limite da morte, para viver sem fim n’Ele. A fé na ressurreição dos mortos a esperança da vida eterna abrem o nosso olhar para o sentido derradeiro da nossa existência:
Deus criou o homem para a ressurreição e para a vida, e esta verdade doa a dimensão autêntica e definitiva à história dos homens, à sua existência pessoal e ao seu viver social, à cultura, à política, à economia. Privado da luz da fé todo o universo acaba por se fechar num sepulcro sem futuro, sem esperança. O percurso quaresmal encontra o seu cumprimento no Tríduo Pascal, particularmente na Grande Vigília na Noite Santa: renovando as promessas batismais, reafirmamos que Cristo é o Senhor da nossa vida, daquela vida que Deus nos comunicou quando renascemos “da água e do Espírito Santo”, e reconfirmamos o nosso firme compromisso em corresponder à ação da Graça para sermos seus discípulos.
3. O nosso imergir-nos na morte e ressurreição de Cristo através do Sacramento do Batismo, estimula-nos todos os dias a libertar o nosso coração das coisas materiais, de um vínculo egoísta com a “terra”, que nos empobrece e nos impede de estar disponíveis e abertos a Deus e ao próximo. Em Cristo, Deus revelou-se como Amor (cf 1 Jo 4, 7-10). A Cruz de Cristo, a “palavra da Cruz” manifesta o poder salvífico de Deus (cf. 1 Cor 1, 18), que se doa para elevar o homem e dar-lhe a salvação: amor na sua forma mais radical (cf. Enc. Deus cáritas est, 12). Através das práticas tradicionais do jejum, da esmola e da oração, expressões do empenho de conversão, a Quaresma educa para viver de modo cada vez mais radical o amor de Cristo. O Jejum, que pode ter diversas motivações, adquire para o cristão um significado profundamente religioso: tornando mais pobre a nossa mesa aprendemos a superar o egoísmo para viver na lógica da doação e do amor; suportando as privações de algumas coisas – e não só do supérfluo – aprendemos a desviar o olhar do nosso «eu», para descobrir Alguém ao nosso lado e reconhecer Deus nos rostos de tantos irmãos nossos. Para o cristão o jejum nada tem de intimista, mas abre em maior medida para Deus e para as necessidades dos homens, e faz com que o amor a Deus seja também amor ao próximo (cf. Mc 12, 31).
No nosso caminho encontramo-nos perante a tentação do ter, da avidez do dinheiro, que insidia a primazia de Deus na nossa vida. A cupidez da posse provoca violência, prevaricação e morte: por isso a Igreja, especialmente no tempo quaresmal, convida à prática da esmola, ou seja, à capacidade de partilha. A idolatria dos bens, ao contrário, não só afasta do outro, mas despoja o homem, torna-o infeliz, engana-o, ilude-o sem realizar aquilo que promete, porque coloca as coisas materiais no lugar de Deus, única fonte da vida.
Como compreender a bondade paterna de Deus se o coração está cheio de si e dos próprios projetos, com os quais nos iludimos de poder garantir o futuro? A tentação é a de pensar, como o rico da parábola: «Alma, tens muitos bens em depósito para muitos anos…». «Insensato! Nesta mesma noite, pedir-te-ão a tua alma…» (Lc 12, 19-20). A prática da esmola é uma chamada à primazia de Deus e à atenção para com o próximo, para redescobrir o nosso Pai bom e receber a sua misericórdia.
Em todo o período quaresmal, a Igreja oferece-nos com particular abundância a Palavra de Deus. Meditando-a e interiorizando-a para a viver quotidianamente, aprendemos uma forma preciosa e insubstituível de oração, porque a escuta atenta de Deus, que continua a falar ao nosso coração, alimenta o caminho de fé que iniciamos no dia do Batismo. A oração permite-nos também adquirir uma nova concepção do tempo: de fato, sem a perspectiva da eternidade e da transcendência ele cadencia simplesmente os nossos passos rumo a um horizonte que não tem futuro. Ao contrário, na oração encontramos tempo para Deus, para conhecer que “as suas palavras não passarão” (cf. Mc 13, 31), para entrar naquela comunhão íntima com Ele “que ninguém nos poderá tirar” (cf. Jo 16, 22) e que nos abre à esperança que não desilude, à vida eterna.
Em síntese, o itinerário quaresmal, no qual somos convidados a contemplar o Mistério da Cruz, é «fazer-se conformes com a morte de Cristo» (Fl 3, 10), para realizar uma conversão profunda da nossa vida: deixar-se transformar pela ação do Espírito Santo, como São Paulo no caminho de Damasco; orientar com decisão a nossa existência segundo a vontade de Deus; libertar-nos do nosso egoísmo, superando o instinto de domínio sobre os outros e abrindo-nos à caridade de Cristo. O período quaresmal é momento favorável para reconhecer a nossa debilidade, acolher, com uma sincera revisão de vida, a Graça renovadora do Sacramento da Penitência e caminhar com decisão para Cristo.
Queridos irmãos e irmãs, mediante o encontro pessoal com o nosso Redentor e através do jejum, da esmola e da oração, o caminho de conversão rumo à Páscoa leva-nos a redescobrir o nosso Batismo. Renovemos nesta Quaresma o acolhimento da Graça que Deus nos concedeu naquele momento, para que ilumine e guie todas as nossas ações. Tudo o que o Sacramento significa e realiza, somos chamados a vivê-lo todos os dias num seguimento de Cristo cada vez mais generoso e autêntico. Neste nosso itinerário, confiemo-nos à Virgem Maria, que gerou o Verbo de Deus na fé e na carne, para nos imergir como ela na morte e ressurreição do seu Filho Jesus e ter a vida eterna.
Vaticano, 4 de Novembro de 2010
BENEDICTUS PP XVI

Campanha da Fraternidade – 2011

Quarta-feira de Cinzas, começou a Quaresma e também o início oficial da 47ª Campanha da Fraternidade de 2011 com o Tema:- “Fraternidade e Vida no Planeta” e com o Lema:- “A Criação Geme em Dores de Parto”.
O objetivo desta edição é conscientizar as pessoas sobre o aquecimento global e as mudanças climáticas. Além disso, a campanha tem como meta buscar ações que preservem a vida no planeta.
Explicação do Cartaz:-
Ele possui dois planos: ao fundo observa-se uma fábrica que solta fumaça, poluindo e degredando o ambiente, deixando o céu plúmbeo (cor de chumbo) intoxicado e acinzentado.
A figura do rio com a água escurecida e suja representa também a parte natural sendo devastada, influenciando no aparecimento das enchentes e no aumento do nível do mar, ações estas provocadas pelo ato errado do Homem.
Em contraste, vemos em primeiro plano uma mureta, onde em meio à devastação ainda existe vida. Nela, um pequeno broto e um cipreste (hera), com suas raízes incrustadas criando um micro ecossistema, ainda insistem em viver mesmo diante do cenário áspero, que se refere ao lema: “A criação geme em dores de parto” (Rm 8, 22).
Apesar de todo sofrimento que a criação enfrenta ao longo dos tempos, de todos os seus “gritos de dor” – a vida rompe barreiras e nos mostra que ainda existe esperança, representada pela borboleta, que mesmo com vida curta, cumpre o seu importante papel no ciclo natural do planeta.
De acordo com estudos científicos, do ano 1750 a 2006 a temperatura do planeta terra aumentou 0,7 graus. O mesmo estudo aponta que se nada for feito para diminuir a degradação do meio ambiente, de 2006 a 2050 a temperatura terrestre aumentará mais 4,5 graus, o que causará muitos danos aos seres humanos que habitam a Terra.
É muito comum a gente ouvir, principalmente de pessoas mais velhas, que os tempos estão mudados, que as chuvas, o frio e o calor não são como antigamente. As pessoas dizem que o clima está diferente, e está mesmo, todo mundo percebe isso.
Quanto sofrimento isso tem causado: Mortes, desabrigados por causa das chuvas e as pessoas que tiveram que migrar por causa da seca, aqueles que perderam tudo.
Diante desta situação precisamos pensar em 2 coisas:
a solidariedade para com as vítimas,
a nossa Contribuição para diminuir as tragédias.
Deus quer que vivamos como irmãos e exige de nós a solidariedade com os sofredores. A caridade é a palavra de ordem do cristão que deve em tudo viver o mandamento de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” o nosso amor deve se tornar gesto concreto.
Atitudes simples podem contribuir para melhorar a situação:
1-   A questão do lixo:- Quanto mais evitarmos produzir lixo, menos entulhos colocaremos nas ruas, evitando entupir bueiros e tubulações, assim como a proliferação de doenças.
Com esta atitude diminuiremos a emissão de gases poluentes na atmosfera que agrava o aquecimento global.
É importante lembrar que quanto menos coisas supérfluos consumirmos, levando uma vida sóbria menos consumista, menos lixo produziremos e também diminuiremos a exploração da matéria prima, desmatamento e poluição causada pela industria e pelo transporte de produtos.
2-  Conversar sobre estes problemas para que outras pessoas também tomem consciência de sua responsabilidade com a preservação do meio ambiente.
Esta não é a primeira vez que a Campanha da Fraternidade aborda o “Meio Ambiente”. Em 1979 o tema foi “Preserve o que é de todos”, em 2004 – “Fraternidade e Água – Água, fonte de Vida” e em 2007, “Fraternidade e Amazônia – vida e missão neste chão”
-E importante a nossa conscientização e participação para a construção de um mundo melhor.
Muitas atitudes podemos tomar e num gesto concreto mostremos que estamos sensibilizados com o Futuro do nosso Planeta.

Qual o sentido da celebração das Cinzas?

A intenção deste sacramental é levar-nos ao arrependimento dos pecados

A Quarta-feira de Cinzas foi instituída há muito tempo na Igreja; marca o início da Quaresma, tempo de penitência e oração mais intensa. Para os antigos judeus se sentar sobre as cinzas já significava arrependimento dos pecados e volta para Deus. As Cinzas bentas e colocadas sobre as nossas cabeças nos fazem lembrar que vamos morrer; que somos pó e que ao pó da terra voltaremos (cf. Gn 3, 19) para que nosso corpo seja refeito por Deus de maneira gloriosa para não mais perecer.
A intenção deste sacramental é levar-nos ao arrependimento dos pecados, marcando o início da Quaresma; e fazer-nos lembrar que não podemos nos apegar a esta vida achando que a felicidade plena possa ser construída aqui. É uma ilusão perigosa. A morada definitiva é o céu.
A maioria das pessoas, mesmo os cristãos, passa a vida lutando para "construir o céu na terra". É um grande engano. Jamais construíremos o céu na terra; jamais a felicidade será perfeita no vale em que o pecado transformou num vale de lágrimas. Devemos, sim, lutar para deixar a vida na terra cada vez melhor, mas sem a ilusão de que ficaremos sempre aqui.
Deus dispôs tudo de modo que nada fosse sem fim aqui nesta vida. Qual seria o desígnio do Senhor nisso? A cada dia de nossa vida temos de renovar uma série de procedimentos: dormir, tomar banho, alimentar-nos, etc... Tudo é precário, nada é duradouro, tudo deve ser repetido todos os dias. A própria manutenção da vida depende do bater interminável do cora­ção e do respirar contínuo dos pulmões. Todo o organismo repete, sem cessar, suas operações para a vida se manter. Tudo é transitório... nada eterno. Toda criança se tornará um dia adulta e, depois, idosa. Toda flor que se abre logo estará murcha; todo dia que nasce logo se esvai... e assim tudo passa, tudo é transi­tório.
Por que será? Qual a razão de nada ser duradouro? Com­pra-se uma camisa nova e, logo, já está surrada; compra-se um carro novo e, logo, ele estará bastante rodado e vencido por novos modelos, e assim por diante.
A razão inexorável dessa precariedade das coisas também está nos planos de Deus. A marca da vida é a renovação. Tudo nasce, cresce, vive, amadurece e morre. A razão profunda dessa realidade tão transitória é a lição cotidiana que o Senhor nos quer dar de que esta vida é apenas uma passagem, um aperfeiçoamento, em busca de uma vida duradoura, eterna, perene.
Em cada flor que murcha e em cada homem que falece, sinto Deus nos dizer: "Não se prendam a esta vida transitória. Preparem-se para aquela que é eterna, quando tudo será duradouro, e nada precisará ser renovado dia a dia."
E isso mostra-nos também que a vida está em nós, mas não é nossa. Quando vemos uma bela rosa murchar é como se ela estivesse nos dizendo que a beleza está nela, mas não lhe pertence.
Ainda assim, mesmo com essa lição permanente que Deus nos dá, muitos de nós somos levados a viver como aquele homem rico da parábola narrada por Jesus. Ele abarrotou seus celeiros de víveres e disse à sua alma: "Descansa, come, bebe e regala-te" (Lc 12,19b); ao que o Senhor lhe disse: "Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma" (Lc 12,20).
A efemeridade das coisas é a maneira mais prática e cons­tante encontrada por Deus para nos dizer, a cada momento, que aquilo que não passa, que não se esvai, que não morre, é aquilo de bom que fazemos para nós mesmos e, principalmente, para os outros. Os talentos multiplicados no dia a dia, a perfei­ção da alma buscada na longa caminhada de uma vida de me­ditação, de oração, de piedade, essas são as coisas que não passam, que o vento do tempo não leva e que, finalmente, nos abrirão as portas da vida eterna e definitiva, quando "Deus será tudo em todos" (cf. 1 Cor 15,28).
A transitoriedade de tudo o que está sob os nossos olhos deve nos convencer de que só viveremos bem esta vida se a vivermos para os outros e para Deus. São João Bosco dizia que "Deus nos fez para os outros". Só o amor, a caridade, o oposto do egoísmo, pode nos levar a compreender a verdadeira di­mensão da vida e a necessidade da efemeridade terrena.
Se a vida na terra fosse incorruptível, muitos de nós jamais pensarí­amos em Deus e no céu. Acontece que o Todo-poderoso tem para nós algo mais excelente, aquela vida que levou São Paulo a exclamar:
"Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam" (1 Cor 2,9).
A corruptibilidade das coisas da vida deve nos convencer de que Deus quer para nós uma vida muito melhor do que esta - uma vida junto d'Ele. E, para tal, o Senhor não quer que nos acostumemos com esta [vida], mas que busquemos a outra com alegria, onde não have­rá mais sol porque o próprio Deus será a luz, nem haverá mais choro nem lágrimas.
Aqueles que não creem na eternidade jamais se confor­marão com a precariedade desta vida terrena, pois sempre so­nharão com a construção do céu nesta terra. Para os que creem a efemeridade tem sentido: a vida “não será tirada, mas transformada”; o "corpo corruptível se revestirá da incorrupti­bilidade" (cf 1Cor 15,54) em Jesus Cristo.
Santa Teresinha não se cansava de exclamar:
“Tenho sede do Céu, dessa mansão bem-aventurada, onde se amará Jesus sem restrições. Mas, para lá chegar é preciso sofrer e chorar; pois bem! Quero sofrer tudo o que aprouver a meu Bem Amado, quero deixar que Ele faça de sua bolinha o que Ele quiser”.
São Paulo lembrou aos filipenses: “Nós somos cidadãos do Céu!. É de lá que também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará nosso corpo miserável, para que seja conforme o seu corpo glorioso, em virtude do poder que tem de submeter a si toda a criatura” (Fl 3, 20-21).
A esperança do Céu e da Sua glória fazia o Apóstolo dizer:
“Os olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9).
E essa esperança lhe dava as forças necessárias para vencer as tribulações: “Tenho para mim que os sofrimentos da vida presente não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada” (Rom 8,18).
Este é o sentido das Cinzas.

Cinzas, por quê?

 
 
“Lembra-te que do pó viestes, e ao pó hás de retornar”
 
 
Na quarta-feira de cinzas inicia-se a quaresma, no Brasil, faz-se o lançamento oficial da Campanha da Fraternidade; tempo de penitência e conversão. É ainda, um momento especial da Igreja, que nos introduz ao mistério quaresmal e nos prepara para a festa da Ressurreição.
 
 
Significado das cinzas
 
O uso litúrgico das cinzas tem sua origem no Antigo Testamento. As cinzas simbolizam dor, morte e penitência. Por exemplo, no livro de Ester, Mardoqueu se veste de saco e se cobre de cinzas quando soube do decreto do Rei Asuer I (Xerxes, 485-464 antes de Cristo) da Pérsia que condenou à morte todos os judeus de seu império. (Est 4,1).
 
Jó (cuja história foi escrita entre os anos VII e V antes de Cristo) mostrou seu arrependimento vestindo-se de saco e cobrindo-se de cinzas (Jó 42,6). Daniel (cerca de 550 antes de Cristo) ao profetizar a captura de Jerusalém pela Babilônia, escreveu: "Volvi-me para o Senhor Deus a fim de dirigir-lhe uma oração de súplica, jejuando e me impondo o cilício e a cinza" (Dn 9,3).
 
No século V antes de Cristo, logo depois da pregação de Jonas, o povo de Nínive proclamou um jejum a todos e se vestiram de saco, inclusive o Rei, que além de tudo levantou-se de seu trono e sentou sobre cinzas (Jn 3,5-6). Estes exemplos retirados do Antigo Testamento demonstram a prática estabelecida de utilizar-se cinzas como símbolo (algo que todos compreendiam) de arrependimento.

O próprio Jesus fez referência ao uso das cinzas. A respeito daqueles povos que recusavam-se a se arrepender de seus pecados, apesar de terem visto os milagres e escutado a Boa Nova, Nosso Senhor proferiu: "Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque se tivessem sido feitos em Tiro e em Sidônia os milagres que foram feitos em vosso meio, há muito tempo elas se teriam arrependido sob o cilício e as cinzas. (Mt 11,21) A Igreja, desde os primeiros tempos, continuou a prática do uso das cinzas com o mesmo simbolismo. Em seu livro "De Poenitentia" , Tertuliano (160-220 DC), prescreveu que um penitente deveria "viver sem alegria vestido com um tecido de saco rude e coberto de cinzas".
 
O famoso historiador dos primeiros anos da igreja, Eusébio (260-340 DC), relata em seu livro A História da Igreja, como um apóstata de nome Natalis se apresentou vestido de saco e coberto de cinzas diante do Papa Ceferino, para suplicar-lhe perdão. Sabe-se que num determinado momento existiu uma prática que consistia no sacerdote impor as cinzas em todos aqueles que deviam fazer penitência pública. As cinzas eram colocadas quando o penitente saía do Confessionário.

Já no período medieval, por volta do século VIII, aquelas pessoas que estavam para morrer eram deitadas no chão sobre um tecido de saco coberto de cinzas. O sacerdote benzia o moribundo com água benta dizendo-lhe: "Recorda-te que és pó e em pó te converterás".
 
Depois de aspergir o moribundo com a água benta, o sacerdote perguntava: "Estás de acordo com o tecido de saco e as cinzas como testemunho de tua penitência diante do Senhor no dia do Juízo?" O moribundo então respondia: "Sim, estou de acordo". Se podem apreciar em todos esses exemplos que o simbolismo do tecido de saco e das cinzas serviam para representar os sentimentos de aflição e arrependimento, bem como a intenção de se fazer penitência pelos pecados cometidos contra o Senhor e a Sua igreja.
 
Com o passar dos tempos o uso das cinzas foi adotado como sinal do início do tempo da Quaresma; o período de preparação de quarenta dias (excluindo-se os domingos) antes da Páscoa da Ressurreição.
 
O ritual para a Quarta-feira de Cinzas já era parte do Sacramental Gregoriano. As primeiras edições deste sacramental datam do século VII. Na nossa liturgia atual da Quarta-feira de Cinzas, utilizamos cinzas feitas com os ramos de palmas distribuídos no ano anterior no Domingo de Ramos.
 
O sacerdote abençoa as cinzas e as impõe na fronte de cada fiel traçando com essas o Sinal da Cruz. Logo em seguida diz: "Recorda-te que és pó e em pó te converterás" ou então "Arrepende-te e crede no Evangelho".

Devemos nos preparar para o começo da Quaresma compreendendo o significado profundo das cinzas que recebemos. É um tempo para examinar nossas ações atuais e passadas e lamentarmo-nos profundamente por nossos pecados. Só assim poderemos voltar nossos corações genuinamente para Nosso Senhor, que sofreu, morreu e ressuscitou pela nossa salvação. Além do mais esse tempo nos serve para renovar nossas promessas batismais, quando morremos para a vida passada e começamos uma nova vida em Cristo.

Finalmente, conscientes que as coisas desse mundo são passageiras, procuremos viver de agora em diante com a firme esperança no futuro e a plenitude do Céu.
 
Fonte: MISSAL DOMINICAL, página de 140, © Paulus, 1997

Tempo de Quaresma

1. A festa da Páscoa
Jesus, como narram os Evangelhos, ressuscitou “no primeiro dia da semana” (Mt 28,1). Por essa razão, os primeiros cristãos começaram a reunir-se a cada semana para celebrar a sua festa, não mais no sábado, como faziam os judeus, mas no dia seguinte (At 20,6-12; 1Cor 16,2), naquele que os romanos chamavam “dia do Sol”; logo depois foi mudado também o nome desse dia, que passou a ser chamado “dia do Senhor”
No começo, portanto, não havia nem a Festa do Natal, nem as festas de Nossa Senhora, nem qualquer outra festa. Havia a celebração semanal da ressurreição do Senhor e só.
Decorridas algumas décadas, porém, os cristãos sentiram a necessidade de celebrar de um modo especial esse acontecimento central da fé. Sentiram a necessidade de instituir a primeira de to das as festas, a Páscoa, considerada o “Domingo dos domingos”, a “Festa das festas”. Era como a rainha de todas as festas, de todos os domingos, de todos os dias do ano.
No começo do século II esta festa já estava difundida em todas as comunidades cristãs. O seu ponto culminante era a assembléia noturna de oração, que se concluía com a celebração eucarística. A participação a essa assembléia era tão importante, que um famoso cristão daqueles tempos, chamado Tertuliano, falando dos problemas que uma mulher cristã teria encontrado, casando-se com um pagão, se perguntava: “O seu esposo lhe dará autorização para sair à noite, para participar da vigília pascal?”
2. Conto surgiu a Quaresma
Nós sabemos que uma festa não pode ser bem-sucedida se não for cuidadosamente preparada. Aproximadamente duzentos anos depois de Cristo, os cristãos, ansiosos por fruir, em toda a sua plenitude, os frutos espirituais da Páscoa, introduziram o costume de precedê-la por três dias, dedicados à oração, à meditação e ao jejum, em sinal de luto pela morte de Cristo.
Essa grande festa, porém, não devia ser somente preparada; era preciso também encontrar uma forma de prolongar a alegria e a riqueza espiritual da mesma. Foram instituídas então as “sete semanas”, os 50 dias de Pentecostes, que deviam ser celebrados com grande alegria, porque, como dizia um famoso bispo daqueles tem pos, chamado Irineu, “constituem como que um único dia de festa que tem a mesma importância do domingo”.
Durante os dias de Pentecostes rezava-se em pé, era proibido jejuar e eram administrados os batismos. Praticamente era como se o dia de Páscoa... durasse 50 dias!
Passaram-se mais 150 anos e, por volta dos anos 350 d.C., percebendo que três dias de preparação era muito pouco, os aumenta ram para 40... Nascia a Quaresma.
3. Por que exatamente 40 dias?
Quando nós falamos de oito galinhas e de sete quilos de arroz, queremos dizer exatamente oito e sete, nem um a mais, nem um a menos.
Quando, ao invés, encontramos números na Bíblia, devemos prestar muita atenção, porque, muitas vezes, os mesmos têm um sentido simbólico. Assim, quando está escrito 40 ou um seu múltiplo, não quer dizer que seja mesmo 40 com exatidão, como se falássemos de 40 dólares.Indica um tempo simbólico, que pode ser mais longo ou mais curto. Não é como quando se fala de dinheiro... este sim deve ser bem contado!
Por exemplo, é difícil acreditar que Moisés tenha passado 40 dias e quarenta noites, na montanha, sem comer pão e sem beber água (Ex 34,38) e que também Jesus tenha conseguido fazer a mesma coisa (Mt 4,2). Da mesma forma surge também a dúvida se eram exatamente 4.000 os homens para os quais foram multiplica dos os pães (Mc 8,9).
Entre os muitos significados que os antigos atribuíam ao número 40, um deles nos interessa de modo especial: o de indicar um período de preparação (mais ou menos prolongado), em vista de grande acontecimento. Por exemplo: o dilúvio durou 40 dias e noites.., e foi a preparação para uma nova humanidade; 40 anos passou Israel no deserto... para preparar-se a entrar na terra prometida; durante 40 dias fizeram penitência os habitantes de Nínive... antes de receber o perdão de Deus; durante 40 dias e 40 noites caminhou Elias... para chegar à montanha de Deus; durante 40 dias e 40 noites jejuaram Moisés e Jesus... para preparar-se para a sua missão.
Está claro agora o sentido deste número? Então, para preparar maior de todas as festas cristãs, quantos dias são necessários? Quarenta, naturalmente!
4. O que fazer durante a Quaresma?
Desde os tempos antigos a Quaresma foi considerada como um período de renovação da própria vida. As práticas a serem cumpridas eram sobretudo três: a oração, a luta contra o mal e o jejum.A oração para pedir a Deus forças para converter-se e acreditar no Evangelho.
A luta contra o mal para dominar as paixões e o egoísmo. Por fim, o jejum.
Para seguir o Mestre o cristão deve ter a força de esquecer de si mesmo, de não pensar no próprio conforto, mas no bem do seu irmão. Assumir uma permanente atitude gene rosa e desinteressada é de fato difícil. Este é o jejum.
Mas pode o sofrimento ser uma coisa boa? Como pode agra dar a Deus a nossa dor? Não! Deus não quer que o homem sofra.
Todavia, para ajudar o necessitado, é preciso muitas vezes renunciar àquilo que agrada e isto custa sacrifício. Não é o jejum em si que é bom (às vezes é feito por motivos que não têm nada a ver com religião: há quem se alimente com parcimônia simplesmente para manter-se em boa forma física, para ficar elegante, para estar com boa saúde). O que agrada a Deus é que, com o alimento que se consegue economizar com o jejum, se pode aliviar, pelo menos por um dia, a fome do irmão.
Um livro muito antigo, muito lido pelos primeiros cristãos, o Pastor de Hermas, explica deste modo a ligação entre o jejum e a caridade: “Eis como deverás praticar o jejum: durante o dia de jejum tu comerás somente pão e água; depois calcularás quanto terias gasto para o teu alimento naquele dia e tu oferecerás esse dinheiro a uma viúva, a um órfão ou a um pobre; assim tu te privarás de alguma coisa para que o teu sacrifício seja útil para alguém, para poder alimentar-se. Ele rezará ao Senhor por ti. Se tu jejuares desse modo, o teu sacrifício será agradável a Deus”.
Um famoso Papa dos primeiros tempos da Igreja, chamado Leão Magno, dizia numa homilia: “Nós vos prescrevemos o jejum, lembrando-vos não só a abstinência, mas também as obras de misericórdia. Deste modo, o que tiverdes economizado nos gastos normais se transforme em alimento para os pobres”.
5. A Quaresma e os catecúmenos
Aproximadamente nos anos 350 d.C., a Igreja começou a organizar uma preparação muito cuidadosa para o Batismo. Os catecúmenos deviam passar por um longo tempo de preparação. Durante dois ou três anos deviam freqüentar fielmente a catequese, depois deviam comprometer-se a levar uma vida honesta, para mostrar que seu desejo de se tornar cristão era sincero.
Cada comunidade celebrava batizados somente uma vez durante o ano, na noite da Páscoa. Era a famosa vigília sagrada, da qual falava Tertuliano, transcorrida na oração e na meditação da Palavra de Deus e concluída pela manhã, com a celebração eucarística, da qual participavam pela primeira vez também os recém-batizados.
Sendo que a celebração do batismo constituía a parte central da cerimônia da noite da Páscoa, a Quaresma assumia uma importância especial para os catecúmenos. Para eles constituía a última etapa antes de receber esse sacramento.
Durante esses quarenta dias eles recebiam a catequese todos os dias. Quem os instruía não era um catequista qualquer, mas o próprio bispo. Durante esse período participavam também de mui tas cerimônias e tinham algumas reuniões, nas quais eram submeti dos a “exames”. Verificava-se se tinham assimilado as verdades fundamentais da fé e avaliava-se se a vida deles era coerente com aquilo que professavam.
O encontro mais importante acontecia na quarta-feira da quar ta semana. Era chamado o “grande exame”. Nesse dia — dizia-se — “eram abertos os ouvidos”, porque a eles eram ensinados o “Creio” e o “Pai-nosso”, que constituem a síntese de toda a doutrina cristã.
Se não tivermos presente que a Quaresma devia servir como preparação aos catecúmenos, não conseguiremos entender plena mente o conteúdo das leituras deste período litúrgico.
Os textos bíblicos de fato foram escolhidos sobretudo para aqueles que se preparam para o batismo (falam da água, da luz, da fé, da cegueira, da unção com óleo, da renúncia ao pecado, da vitória de Cristo sobre a morte...).
Os catecúmenos são como os filhos que estão para nascer. A mãe (que é a Igreja, isto é, a comunidade) lhes dedica toda a sua atenção. “Prepara” o alimento da palavra de Deus especialmente para eles, para o seu paladar, para as suas necessidades. É evidente que, por se tratar de um alimento muito bom e saboroso, também os outros filhos são convidados a degustá-lo, para se tornarem espiritualmente fortes. A eles é proporcionada a oportunidade para meditar sobre as verdades fundamentais da própria fé e sobre os compromissos (às vezes um pouco esquecidos) assumidos no dia do próprio batismo.
6. A Quaresma, tempo de reconciliação
Quando os cristãos cometiam pecados muito graves e públicos, nos primeiros séculos da Igreja, eram excomungados, isto é, eram excluídos da comunidade. Se mais tarde estas pessoas se arre pendessem e quisessem reconciliar-se com Deus e com a Igreja, não eram imediatamente readmitidos na comunidade. Era preciso que antes fizessem urna penitência pública, porque também o peca do deles era conhecido por todos. Essa penitência não era de um só dia, durava bastante tempo.
Quando foi instituída a Quaresma, esta servia também como tempo de preparação para a reconciliação. Na Quinta-feira Santa, durante a missa presidida pelo bispo, os excomungados, vestindo a roupa penitencia! (vestidos de saco) e com a cabeça coberta de cinzas, se apresentavam diante da comunidade e declaravam o seu arrependimento e a vontade de converter-se. O bispo ia ao encontro deles e os abraçava, um a um.
Este costume de penitência pública foi aos poucos desaparecendo (até porque não eram menos pecadores os que conseguiam manter em segredo os próprios pecados...); permaneceu, porém, o significado da Quaresma, como tempo durante o qual todos os cristãos são convocados a se aproximarem do Sacramento da Reconciliação.